AS INSÍGNIAS IMPERIAIS DO IMPERADOR MAXÊNCIO

Em 2006, arqueólogos italianos anunciaram uma notável descoberta em uma vala escavada em um pequeno templo na colina do Palatino, em Roma, onde, durante o período imperial romano, foram construídos as moradias dos imperadores romanos (em verdade, devido a este fato, “palácio” é uma palavra derivada do nome da colina do Palatino).

Vide o link da notícia: http://www.nbcnews.com/id/16031991/ns/technology_and_science-science/t/rare-insignia-constantines-foe-found/

Palatino

Foram encontrados, no interior dos restos de caixas de madeira, aparentemente envolvidas em fragmentos de seda, objetos parecidos com 3 lanças , 4 dardos, os quais aparentemente serviriam como base para algum objeto, 3 esferas coloridas de vidro e calcedônia, além de uma haste com aparência de ser um cetro, em cuja ponta havia uma flor estilizada segurando um globo verde-azulado (caracterizando uma representação bem acurada da forma e da cor verdadeira do globo terrestre).

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( A foto 1 mostra as lanças e a reprodução da sua aparência original. A foto 2 mostra a ponta do cetro com o globo de calcedônia)

Os arqueólogos estimaram que a camada onde os objetos foram encontrados remetia ao fim do século III D.C. e o início do século IV D.C., o que foi confirmado pela datação de carbono 14 dos restos de linho.

Concluiu-se. portanto, que efetivamente os objetos eram um cetro e lanças porta-estandarte imperiais, sendo que a data e o contexto em que os artefatos foram encontrados permitem também considerar que se tratam das insígnias imperiais do imperador romano Maxêncio, filho do imperador Maximiano, e que, após a abdicação do imperador Diocleciano e de seu pai, disputou o trono contra outros imperadores, culminando com a sua morte na Batalha da Ponte Mílvio, em Roma, conflito no qual ele foi derrotado por Constantino, o Grande, em 312 D.C.

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(Ponte Mílvio, em Roma, foto de Anthony Majanlahti )

Assim, as insígnias de Maxêncio deven ter sido escondidas por algum partidário fiel para evitar que fossem capturadas por Constantino.

Moedas do período em questão mostram insígnias imperiais muito semelhantes as encontradas no Palatino, sendo estas os únicos itens da regalia imperial romana a chegarem até os nossos dias, motivo pela qual devem as mesmas serem admiradas com reverência, e quem quiser pode visitá-las no Museu Nacional Romano, no Palácio Massimo, em Roma, onde hoje elas se encontram expostas.

 

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(Relevo da Apoteose de Antonino e Faustina. A imperatriz segura um cetro parecido com o encontrado no Palatino – Römisch-Germanisches Zentralmuseum, Mainz)

 

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(Moeda cunhada por Maxêncio

 

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